VIVER A ADOLESCÊNCIA EM FAMÍLIA

Clube Jornalismo Janeiro 4, 2016 0
VIVER A ADOLESCÊNCIA EM FAMÍLIA

A adolescência constitui uma etapa diferenciada dentro do ciclo vital, na qual se realiza a transição da infância para a idade adulta. É um período de mudanças rápidas, que pode ser acompanhado de alguma vulnerabilidade nos processos de desenvolvimento. Assim, se os jovens não apresentam fatores protetores suficientes para compensar os fatores de risco que os acompanham, poderão ter o seu desenvolvimento afetado ou alterado.

A família é uma das fontes principais de fatores protetores. Apoiar e reforçar as atuações parentais pode contribuir para a redução de muitos problemas de jovens em risco e pode também facilitar uma transição mais saudável e favorável para a idade adulta.

A adolescência é mais uma etapa da vida que se deve viver em família. Contudo, é importante ter bem presente que os filhos não são passivamente modelados pelas ações educativas dos pais, contribuindo eles próprios no processo de socialização, sobretudo quando são mais velhos. Não é, portanto, uma questão de obediência às normas, mas sim da sua interiorização, de modo a torná-las suas e a contribuir ativamente para a sua compreensão, interpretação e possível modificação. É um processo de respeito e adaptação mútua, de acomodação e negociação que se desenvolve nas interações quotidianas entre pais e filhos, proporcionando-lhes assim a oportunidade de comunicar e instruir-se reciprocamente. De facto, é do conjunto de interações quotidianas que surge a história da relação entre pais e filhos.

Assim, torna-se importantes os pais refletirem e tomarem consciência sobre a sua tarefa enquanto educadores, e que dependendo da forma como educam, favorecem ou impedem o desenvolvimento dos filhos. Nesse sentido, enunciamos algumas tarefas a serem realizadas pelos pais, que favorecem o desenvolvimento e educação dos filhos.

 

 Reconhecimento: corresponde à necessidade dos filhos identificarem e desenvolverem um EU pessoal, diferenciados dos outros. A tarefa parental é ajudar o filho a desenvolver a confiança em si mesmo, ajustar e aceitar a sua auto imagem, conhecer os seus limites e capacidades e fortalecer a sua personalidade na relação com os outros; tudo isto baseado no respeito e aceitação da individualidade do filho.

Apoio: corresponde à necessidade dos filhos contarem com os outros, quando necessário, para realizarem os seus projetos, superar as suas dificuldades ou para serem eles mesmos. A tarefa parental é incentivar e aprovar as iniciativas pessoais, apoiar de diversas formas, proteger em caso de dificuldades e demonstrar confiança no filho.

Supervisão: corresponde à necessidade dos filhos serem guiados e orientados, no que respeita às decisões que devem tomar, para uma adequada adaptação das suas escalas de valores e do comportamento – respeitando o melhor desenvolvimento das suas competências, por um lado; e a integração destes na sociedade a que pertencem, por outro. A tarefa parental é servirem como modelos de comportamento para os filhos, considerando que devem conhecer e estar preparados para intervir perante quaisquer comportamentos e decisões dos filhos que impliquem risco.

 

Vinculação afetiva: corresponde à necessidade dos filhos se sentirem amados e aceites. A tarefa parental tem como objetivo facilitar os vínculos afetivos e transmitir o afeto que o sujeito necessita, para que este desenvolva e ajuste as suas competências emocionais na relação consigo e com os outros, para que desenvolva as capacidades de tomada de decisões e os seus comportamentos, tornando-se cada vez mais autónomo.

 

Capacitação: corresponde à necessidade dos filhos poderem descobrir as suas qualidades e competências, permitindo-lhes assim desempenhar uma profissão ou atividade, alcançando a sua auto suficiência. A tarefa parental orienta-se para o incentivo e facilitação de ambientes em que os filhos possam desenvolver os seus gostos, interesses e qualidades, bem como o desempenho académico e profissional futuro.

Sofia Silva

Assistente Social Agrupamento de Escolas Fernando Távora

GAAF – Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família

Reflexão/estudo


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