As Técnicas do Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família:
Dora Silva e Sofia Silva
Falar em sucesso educativo implica olhar o processo educativo segundo uma abordagem sistémica, em que o aluno, a escola, a família e a comunidade devem ser vistos como sistemas abertos e em interação. O sucesso de todos e de cada um depende, assim, da comunicação e diálogo que estabelecem entre si, de forma a estabelecer uma rede de relações baseadas na cooperação, na co-responsabilidade, no trabalho conjunto, refletido, participado e comprometido.
Como ponto de chegada pretende-se um processo de desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade de todos os sujeitos, incentivando a formação de cidadãos livres, responsáveis, autónomos e solidários.
Assim, o Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família, criado no âmbito do plano de ação do Projeto Educativo TEIP, é constituído por duas Mediadoras Escolares / Assistentes Sociais e Docentes, e apresenta-se como uma unidade de mediação escolar, que presta apoio a toda a comunidade educativa, no sentido de diminuir e alterar o impacto dos problemas pessoais e sociais no processo de aprendizagem e na integração escolar e social.
Destaca-se como principais funções desempenhadas na escola, a atuação ao nível da prevenção de comportamentos de risco, quer através do acompanhamento individualizado prestado junto dos alunos e famílias, quer pelo desenvolvimento de ações de sensibilização e informação e/ou promoção de competências socio emocionais e parentais. Os encaminhamentos para as respostas na comunidade, a articulação com os diferentes serviços no âmbito da promoção e proteção de menores, ação social, emprego e saúde, realização de visitas domiciliárias e participação em grupos de trabalho, são apenas exemplos das várias responsabilidades assumidas pelos Assistentes Sociais no seu quotidiano profissional.
Face à atual realidade vivenciada – pandemia COVID19- que abriu as cortinas das desigualdades que já existiam, mas agora foram agravadas e acentuadas, são vários os desafios que a escola tem de enfrentar. Conscientes de que esta pandemia representa um risco significativo para o direito à educação, procuramos reinventar a nossa ação, enquanto mediadoras e agentes promotoras da inclusão. O nosso foco consiste na mobilização de estratégias que assegurem a todos os alunos, o vínculo com o meio educativo e, portanto, proporcionar às “nossas” crianças a melhor formação, a preparação de cidadãos plenos, a capacitação daqueles que são, já hoje, o futuro.
Estamos conscientes que temos de continuar a enfrentar algumas dificuldades, que teremos de saber ultrapassar, neste que tem sido, nos últimos meses, um caminho de intensa aprendizagem e adaptação a uma nova realidade, a um “novo normal”. Somos, assim, desafiados a pensar de modo estrutural, conjugando serenidade e capacidade de rutura sem o medo que bloqueia a mudança. Para o efeito, é necessário misturar confiança e consciência da parcialidade das nossas opções diante do incontrolável e apontar a cooperação institucional e a responsabilidade pessoal como caminhos complementares.
Em jeito de mensagem da confiança que é tão necessária sobretudo no período conturbado que vivemos reforçamos: a confiança nas instituições e no trabalho que está a ser feito; a confiança nas pessoas e na comunidade; e, sobretudo, a confiança nas crianças e nos jovens, nos filhos e netos, nos nossos alunos. E que esta confiança seja acompanhada de responsável esperança – será assim, com responsabilidade individual e comunitária que poderemos fazer mais e melhor, esperando sempre atingir aquilo que possa agora parecer-nos distante.