ESTILOS EDUCATIVOS PARENTAIS

BE Novembro 10, 2015 0
ESTILOS EDUCATIVOS PARENTAIS

A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.” Séneca

 

A família, enquanto contexto social de referência, assume um papel determinante no desenvolvimento cognitivo e psicossocial dos seus elementos.

Os estilos educativos parentais, bem como as dimensões do comportamento parental têm surgido, em diversos estudos, como determinantes do desenvolvimento e adaptação da criança e jovem (Cerezo,2011; Soenens, 2006; Cruz,2005). Na verdade, o estilo parental define-se como sendo a forma como os pais se relacionam com os filhos, pelo que se identificam quatro principais estilos parentais, designadamente: o estilo autoritário, democrático, permissivo e negligente. A diferença entre estes quatro grupos reside na forma como se exprime a autoridade e no grau de afeto e tolerância para com os filhos.

 

Estilo Permissivo

 O estilo permissivo caracteriza-se pela existência de pouco controlo parental, não recorrendo a castigos ou outras penalizações, perante comportamentos desadequados. Os pais toleram e aceitam os impulsos da criança, permitindo que seja esta a regular as atividades familiares. Este comportamento da criança acaba por ser reforçado pela afetividade incondicional e suporte emocional fornecidos pelos pais. Este estilo está associado a altos níveis de aceitação e baixos níveis de supervisão.

 

Estilo Autoritário

O estilo autoritário remete para níveis elevados de controlo e supervisão exercidos pelos pais. Recorre-se com frequência a castigos físicos, ameaças e proibições como forma de imposição da obediência e do respeito pela autoridade. Os altos níveis de exigência não dão espaço às necessidades e opiniões da criança, desvalorizando o diálogo e a autonomia das mesmas. A obediência absoluta por parte da criança é um aspeto que os pais valorizam muito. São pouco frequentes as atitudes relacionadas com o fornecimento de apoio emocional e afeto por parte dos pais autoritários. Pelo contrário, são frequentes críticas e ameaças à criança (por exemplo: “se não fazes os trabalhos és feio e vais levar um castigo”).

 

Estilo Negligente

No estilo negligente, as famílias nem são exigentes nem afetuosas. Os pais não supervisionam o comportamento dos filhos nem dão suporte ou apoio às suas necessidades e interesses.

 

Estilo Democrático

Por último, o estilo democrático descreve um equilíbrio entre o afeto e controlo, aceitação e supervisão. Os pais respeitam a individualidade dos filhos, promovendo e reforçando os comportamentos positivos dos filhos. Pais democráticos aplicam as regras e os limites de forma racional, explicando à criança o porquê destas existirem e num clima de calor afetivo (por exemplo: “Não vais comer esse chocolate! Eu percebo que tenhas vontade mas já comeste um esta semana e o que combinámos foi que comerias no máximo uma guloseima por semana. Sabes que os doces provocam cáries nos dentes.”). Incentivam o diálogo e respeitam os interesses da criança, mas também exercem controlo e autoridade quando existem situações de conflito ou de comportamento desadequado. Supervisionam-lhes a conduta, corrigem atitudes negativas e recompensam atitudes positivas.

 

O Impacto nas Crianças

 

O estilo parental adotado determina fortemente o modo como as crianças se comportam e influencia de modo significativo a formação da sua personalidade e as suas futuras relações enquanto adultos. Ao avaliar a eficácia de cada estilo parental verificou-se que os resultados mais positivos foram encontrados em crianças educadas segundo o estilo democrático. Revelaram-se mais maduras, assertivas, autónomas, responsáveis e com menos problemas psicológicos e de comportamento.

A investigação tem demonstrado que o estilo democrático surge associado positivamente ao sucesso escolar, maiores aspirações académicas, sentimentos mais positivos em relação à escola e maior prontidão na realização de tarefas escolares.


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